sexta-feira, 9 de junho de 2023

A ILUSTRAÇÃO TAMBÉM FALA FRANCÊS


 Os alunos do 7.º E, o Francês e a Educação Visual deram as mãos para mostrar que aprender também é uma atividade divertida. Na disciplina de Francês, através da construção de diálogos sobre o primeiro dia de aulas de uma aluna nova na escola, o objetivo principal foi proporcionar aos alunos uma aprendizagem mais formativa, autónoma e inclusiva, aperfeiçoando os domínios da produção oral e escrita, a nível do vocabulário, de determinadas estruturas linguísticas, bem como da pronúncia. Na disciplina de Educação Visual, através da elaboração de bandas desenhadas ilustrativas dos diálogos em francês, os objetivos principais foram compreender a importância da inter-relação dos saberes da comunicação visual (espaço, volume, cor, luz, forma, movimento, estrutura, ritmo, entre outros) nos processos de fruição dos universos culturais; relacionar o modo como os processos de criação interferem na(s) intencionalidade(s) dos objetos artísticos. De todos estes aspetos teóricos, resultaram bandas desenhadas coloridas e bem estruturadas, que retratam na perfeição os diálogos em francês. Venham visitar a nossa exposição na Biblioteca Escolar, ler os nossos textos, ouvir os nossos áudios. Ou então, cliquem no link abaixo e visitem a nossa exposição virtual.


Exposição Virtual







quarta-feira, 26 de abril de 2023

UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

RUAS DE LISBOA
Ruas da minha cidade
veias que o meu sangue abraça
e põe cravos de ansiedade
na lapela de quem passa.
Ruas da minha cidade
onde perco o coração.
Poema diz a verdade!
Diz a verdade canção!
Ruas da minha cidade
amanhecendo a firmeza
duma ponte entre a saudade
e um Abril à portuguesa.
Ruas da minha cidade
onde vingo as minhas asas.
O meu nome é liberdade
e moro em todas as casas.
Ruas da minha cidade
praças da minha alegria
onde antes da claridade
era noite todo o dia.
Ruas da minha cidade
onde o velho é sempre novo:
as ruas não têm idade
porque são todas do povo.
Ruas da minha cidade
becos de ganga puída.
Oficinas da verdade
dos operários desta vida.
Ruas da minha cidade
janelas do meu olhar
onde os pardais da amizade
à tarde vêm poisar.
Ruas da minha cidade
rasgadas por minha mão.
A gente passa à vontade
quando pisa o nosso chão.
Ruas da minha cidade
Aonde eu quero morrer
Com cravos de eternidade
Dos meus olhos a nascer.

Joaquim Pessoa

25 de Abril

A liberdade está a passar por Frazão e "Agora ninguém mais cerra as portas que Abril abriu!"
(José Carlos Ary dos Santos)




segunda-feira, 3 de abril de 2023

SEMANA DA LEITURA

EB Arreigada
EB Arreigada
Eb Arreigada



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sexta-feira, 24 de março de 2023

Visita da Escritora Manuela Ribeiro

   A Escritora Manuela Ribeiro, visitou a nossa Escola na passada quarta feira 22 de março. Os felizes contemplados foram os alunos do 2.º Ciclo, que passaram uma manhã fantástica ouvindo histórias e colocando questões, de forma a conhecerem melhor a sua obra e processo de escrita. Foram tratadas pelos docentes envolvidos as obras Hora de Acordar e Lendas a Perder de Vista. Todos agradecemos a simpatia, jovialidade e disponibilidade da Manuela para responder continuamente à curiosidade dos nossos alunos! Obrigada!


  

Emancipação da Mulher/Igualdade de Género

 


Igualdade de Género

 Um direito fundamental - Igualdade de género

Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, os alunos do nono ano foram desafiados a realizar trabalhos sobre a igualdade de género e emancipação da mulher. Da pesquisa realizada, encontraram informação que lhes permitiu a elaboração de artigos que testemunham a violação deste direito fundamental.

O trabalho de pesquisa procurou sensibilizar os nossos alunos da urgência em mudar mentalidades, pois continuamos a vivenciar atrocidades a que muitos chamam uma questão cultural. Foi neste enquadramento que continuaram o desafio; conceber slogans para que a mensagem seja lembrada.

 Prof. Fátima Carvalho Dias


segunda-feira, 6 de março de 2023

 PAREDES QUE FALAM!



UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Mulher

«A mulher não é só casa
mulher-loiça, mulher-cama
ela é também mulher-asa,
mulher-força, mulher-chama

E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração

Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha

Trabalho não só de parto
mas também de construção
para um filho crescer farto
para um filho crescer são

A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade

Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher»

Ary dos Santos

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

 PAREDES QUE FALAM!



UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
                               deixa passar a Vida!

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

 PAREDES QUE FALAM!



 UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Felizmente.
Somos todos diferentes. Temos todos
o nosso espaço próprio de coisinhas
próprias, como narizes e manias,
bocas, sonhos, olhos que vêem céus
em daltonismos próprios. Felizmente.
Se não o mundo era uma bola enorme
de sabão e nós todos lá dentro
a borbulhar, todos iguais em sopro:
pequenas explosões de crateras iguais.


Ana Luísa Amaral (1956 - 2022)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Utilização da BE


Infográfico - Evidências da utilização da BE relativas ao 1.ºSemestre

UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!












ANINHA E SUAS PEDRAS

Não te deixes destruir...

Ajuntando novas pedras

e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz da tua vida mesquinha

um poema.

E viverás no coração dos jovens

e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

e não entraves o seu uso

aos que têm sede.

Cora Coralina (1889-1985)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

 PAREDES QUE FALAM!



UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Urgentemente


É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
18/01/1923 - 13/06/2005



segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

 PAREDES QUE FALAM!



UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

Aproveita o dia

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…

Walter Whitman (1819 – 1892)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023


PAREDES QUE FALAM!
 

UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!







Os Amigos


no regresso encontrei aqueles
que haviam estendido o sedento corpo
sobre infindáveis areias

tinham os gestos lentos das feras amansadas
e o mar iluminava-lhes as máscaras
esculpidas pelo dedo errante da noite

prendiam sóis nos cabelos entrançados
lentamente
moldavam o rosto lívido como um osso
mas estavam vivos quando lhes toquei
depois
a solidão transformou-os de novo em dor
e nenhum quis pernoitar na respiração
do lume

ofereci-lhes mel e ensinei-os a escutar
a flor que murcha no estremecer da luz
levei-os comigo
até onde o perfume insensato de um poema
os transmudou em remota e resignada ausência


Al Berto, in 'Sete Poemas do Regresso de Lázaro'

Alberto Raposo Pidwell Tavares (11 /01/1948 - 13 /06/1997)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

 UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!










AS BALAS

Dá o Outono as uvas e o vinho
Dos olivais o azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas dão o sangue derramado

Dá a chuva o Inverno criador
As sementes da sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas dão o sangue derramado

Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa do mundo renovado
Aos corações dá amor renascido
As balas dão o sangue derramado

Dá o Sol as searas pelo Verão
O fermento ao trigo amassado
No esbraseado forno dá o pão
As balas dão o sangue derramado

Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas dão o sangue derramado

Do meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas dão o sangue derramado

Dá a certeza o querer e o concluir
O que tanto nos nega o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que o sangue derramado

Que as balas só dão sangue derramado
Só roubo e fome e sangue derramado
Só ruína e peste e sangue derramado
Só crime e morte e sangue derramado.

Manuel da Fonseca, in "Poemas para Adriano"



quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

 UM POEMA POR DIA, NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA!

CÂNTICOS XIII

Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.